segunda-feira, 18 de julho de 2011

Coreografia ou Dança Improvisada?

Escrito por Layla Khodair   
Historicamente a Dança do Ventre é essencialmente improvisada. Nos últimos anos, foram surgindo métodos de ensino, escolas e professores especializados e dedicados em dar à dança um caráter mais “institucional”.

Com este movimento natural na história da dança, surgiram dúvidas e conflitos em suas praticantes, sejam elas amadoras ou profissionais. O certo é executar a Dança do Ventre de maneira coreografada ou improvisada?

Na verdade, deve-se aproveitar o melhor dos dois mundos. A dança coreografada nos permite desenvolver a capacidade de memorização, treinar exaustivamente os movimentos e as ligações entre eles. Nos permite conhecer intimamente a música e praticar leitura musical.

Através da coreografia se consegue elaborar a organização espacial, pensar em como dividir a atenção entre os públicos e como serão as linhas estéticas dos movimentos como braços, giros etc. Se houver um elemento cênico como o véu, é possível planejar como dançará com ele, quando e como o largará. Finalmente, é possível ainda desenvolver um trabalho aprofundado de interpretação e expressão corporal, buscando decodificar o que a música está pedindo em cada momento.

Em contrapartida, a dança improvisada nos permite ser espontâneas e com a experiência, ficamos mais ágeis e reagimos cada vez mais rapidamente às mudanças repentinas na música ou a situações inesperadas. Para fazê-la, é preciso deixar aflorar as impressões e experiências acumuladas ao longo da vida, desde as memórias mais remotas da infância até as informações técnicas recebidas em sala de aula.

Cada bailarina adota uma maneira particular de dançar. Algumas dançam de maneira totalmente improvisada, outras coreografam trechos da música e improvisam no restante e há aquelas que gostam de executar tudo integralmente coreografado.

Não existe certo ou errado. Existem fatores que devemos levar em consideração: mesmo a dança improvisada exige uma base técnica e, por outro lado, a bailarina que coreografa totalmente a sua dança, se não trabalhar a improvisação, poderá acabar executando uma apresentação mecânica e previsível e terá pouca habilidade para lidar com adversidades.

O importante é encontrar uma maneira de dançar em que se sinta segurança, respeitando e aperfeiçoando a técnica a cada apresentação, sem esquecer a parte espontânea e lúdica que fazem parte da arte de dançar!



Fonte: http://www.centraldancadoventre.com.br/artigos/448-coreografia-ou-danca-improvisada
Publicado originalmente em: http://laylakhodair.wordpress.com/

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